Assassinato na Rua Sete. Essa era a manchete que Jornal Gazeta Diária trazia em letras garrafais naquela manhã de sexta-feira. Até aí, tudo normal, muitas pessoas nascem e morrem todos os dias sem que esses fatos alterem o maravilhoso mundo da rotina social.
Zuleica nunca se comovia com essas reportagens, que ainda aspergiam o sangue dos infelizes que atravessaram a tênue linha que separa a vida da morte; entretanto aquela manhã foi diferente, um nome era conhecido naquele mar de sangue impresso: Jonas Baldac.
Jonas Baldac, seu filho amado que há dois meses havia retornado do exterior, tinha acabado de se graduar. Enfim, era um Mestre em Geografia, o sonho que seu pai embalou desde o nascimento da criança adorada. Seu marido, já falecido, a encarregou de ajudar o filho nos estudos. Assassinato na Rua Sete. Essa era a manchete que Jornal Gazeta Diária trazia em letras garrafais naquela manhã de sexta-feira. Até aí, tudo normal, muitas pessoas nascem e morrem todos os dias sem que esses fatos alterem o maravilhoso mundo da rotina social.
Zuleica nunca se comovia com essas reportagens, que ainda aspergiam o sangue dos infelizes que atravessaram a tênue linha que separa a vida da morte; entretanto aquela manhã foi diferente, um nome era conhecido naquele mar de sangue impresso: Jonas Baldac.
Jonas Baldac, seu filho amado que há dois meses havia retornado do exterior, tinha acabado de se graduar. Enfim, era um Mestre em Geografia, o sonho que seu pai embalou desde o nascimento da criança adorada. Seu marido, já falecido, a encarregou de ajudar o filho nos estudos. Assassinato na Rua Sete. Essa era a manchete que Jornal Gazeta Diária trazia em letras garrafais naquela manhã de sexta-feira. Até aí, tudo normal, muitas pessoas nascem e morrem todos os dias sem que esses fatos alterem o maravilhoso mundo da rotina social.
Mas como? Por quê? Ainda se indagava e chorava um choro mudo, contido, choro de quem sabe que seus berros não irão mudar a realidade; quando o telefone tocou. Quem pode ser? Será que uma mãe, viúva, não pode chorar a morte de seu filho em paz?
Do outro lado da linha uma voz, também embargada pela dor, queria consolá-la. A voz era familiar, sua irmã Zeni, que morava na cidade vizinha, assim que leu o jornal ligou para a irmã. Mas palavras amigas não resolvem nada, não adiantou muita coisa.
Resignada e forte, Zuleica trocou a roupa, tirou o vestido florido e pôs um cinza, cor que combinava com seu coração naquele momento. Tomou todas as providências para um enterro digno de Jonas, o Jô que lhe chamava de mãezinha, minha mãezinha.
Passada uma semana, tomou a decisão mais séria de sua vida: Não quero que essa morte brutal se repita, preciso fazer algo.
E, ao contrário do que pensariam muitos, Zuleica não foi atrás do assassino de seu filho como uma leoa ferida... Ela se lembrou que antes de se casar e se transformar numa dona de casa feliz e acomodada, ela era uma professora apaixonada que queria ensinar a seus alunos o bê-á-bá da vida, do amor e foi isso que fez: tornou-se professora voluntária na favela onde morava o mentor de todas as suas dores, ali dava aulas de reforço escolar às crianças da comunidade. Voltou a acreditar que o ensino pode, sim, tirar crianças e jovens das mãos e olhos venenosos do crime.
Zuleica só arrepende-se de uma coisa: poderia ter feito antes. Quem sabe aquele jovem, desesperado por alimentar seu vício, que tirou a vida de seu Jô num assalto, não poderia ter sido seu aluno predileto? Talvez essa tragédia pudesse ser evitada. Infelizmente, o tempo não volta atrás...
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